Indaiatuba chega a 22 profissionais do Mais Médicos
Na semana passada, o Governo Federal enviou mais 2007 médicos para integrar o programa Mais Médicos em todo o país. Dois deles foram enviados para Indaiatuba, de acordo com uma publicação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo a Prefeitura, a Secretaria da Saúde da cidade conta, com o acréscimo dos dois novos, com 22 profissionais atuando na cidade. Os dois últimos médicos estão atuando nas unidades de saúde do Jardim Morada do Sol, na Unidade Básica de Saúde (USB) do Parque Corolla. Há ainda duas vagas que podem ser preenchidas, podendo, portanto, chegar a 24 médicos reforçando o atendimento em Indaiatuba.
Onde atuam os profissionais do Mais Médicos em Indaiatuba:
- UBS Cecap
- Parque Indaiá
- UBS 4
- Oliveira Camargo
- UBS VII
- Camargo Andrade
- UBS IX
- UBS X
- Campo Bonito
- Corolla
- Maritacas
- Carlos Aldrovandi
Histórico do Mais Médicos em Indaiatuba
A primeira vez que Indaiatuba recebeu médicos do programa criado no governo Dilma Rousseff foi em setembro de 2013, durante a gestão do ex-prefeito Reinaldo Nogueira. Na época foram solicitados 11 profissionais e, inicialmente, enviados cinco médicos.
Ao longo do anos foram diversos profissionais de várias nacionalidades, desde cubanos, uruguaios, italianos e, claro, brasileiros. A última notícia de envio de profissionais à cidade é de 2023, quando o programa foi retomado pelo Governo Federal, e chegaram quatro profissionais para atuar em Indaiatuba.

Ministério da Saúde defende programa
Segundo o Ministério da Saúde, o Mais Médicos garante assistência médica na atenção primária à saúde, porta de entrada SUS, para mais de 67 milhões de brasileiros. São 26,4 mil profissionais atuando em 4,5 mil municípios – o número de médicos em atividade representa o dobro em relação a 2022.
A iniciativa do Ministério da Saúde tem sido fundamental para levar atendimento às regiões de maior vulnerabilidade e com dificuldade histórica de fixação de médicos, como os Distritos Sanitários Indígenas (DSEI), que atualmente contam com mais de 650 profissionais do programa. Mais de 75% dos municípios com menos de 52 mil habitantes são atendidos pelo Mais Médicos.
Desde sua criação, em 2013, o Mais Médicos prioriza profissionais brasileiros e, com a expansão da formação, atualmente mais de 86% dos participantes são de nacionalidade brasileira.
Trump ataca autoridades de saúde brasileiras
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na semana passada a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro.
A decisão foi revelada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Ele disse que o programa Mais Médicos, em que o governo federal brasileiro contratou cubanos para conseguir preencher vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), foi “um golpe diplomático inconcebível”.
O governo de Donald Trump também revogou o visto de entrada nos Estados Unidos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em mais uma ação contra autoridades brasileiras. Padilha não foi afetado diretamente porque seu visto americano venceu em 2024. Ele, porém, fica impedido de obter um novo visto. A divulgação da medida ocorreu dois dias após a gestão Trump anunciar a revogação de vistos de brasileiros envolvidos na criação do programa Mais Médicos.
Padilha se manifestou sobre o ataque estadunidense. “As pessoas que fazem isso e o clã Bolsonaro, que orquestra isso, têm que explicar. Não para mim, não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro: qual o risco de uma criança de 10 anos de idade pode ter para o governo americano? Estou absolutamente indignado com essa atitude covarde”, afirmou o ministro.
“Minha filha tem 10 anos e ela sequer tinha nascido quando eu criei o Programa Mais Médicos — e com muito orgulho. Criei esse programa em 2013 e, para criar, eu e minha equipe fomos em vários países do mundo para ver o que o mundo fazia para trazer médicos para áreas que não tinham condições”, disse o ministro.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA, comemorou a decisão de Rubio. Ele disse que “a medida é também um recado inequívoco: nem ministros, nem burocratas dos escalões inferiores, nem seus familiares estão imunes. Mais cedo ou mais tarde, todos os que contribuírem para sustentar esses regimes responderão pelo que fizeram — e não haverá lugar para se esconder.”
Lula defende programa
O presidente Lula (PT) criticou os novos ataques estrangeiros e defendeu o programa. “Quando nós criamos o Mais Médicos, qual era a bronca dos médicos [que criticaram a participação dos cubanos]? É que tem uma parte elitista da saúde nesse país que acha que não falta médico. Agora, os prefeitos sabem que falta médico. Mesmo para levar para a periferia mais violenta, é difícil você ter médico que quer ir. Tem prefeito que não pode nem pagar o salário de médico porque ninguém quer ficar confinado numa cidadezinha do interior, se o cara pode estar na capital”, disse Lula.
“É preciso que a gente tenha a noção da parte do Brasil que não precisa [de médicos] e da parte que precisa. E é o governo que tem que tomar a decisão”, acrescentou Lula. “O fato deles caçarem o Mozart foi por causa de Cuba. Então, é importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos. Hoje, estão passando necessidade, em um bloqueio que não há nenhuma razão. Os Estados Unidos fez uma guerra, perdeu. Aceite que perdeu e deixa os cubanos viverem em paz, deixa os cubanos viverem a sua vida. Não fiquem querendo mandar no mundo”, disse Lula.
fotos: arquivo/Prefeitura