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“Não tem 4 assinaturas”, vereadores travam CPI do Passe Bolsa

A criação da CPI do Passe Bolsa dominou a sessão da Câmara de Indaiatuba desta segunda-feira (17). O pedido, apresentado pelos vereadores Danilo Barnabé e Eduardo Tonin, ambos do Podemos, não avançou porque não atingiu o número mínimo de quatro assinaturas.

Quem conduziu a sessão foi o vice-presidente da Câmara, Alexandre Peres (PSB), já que o presidente Túlio Tomass (MDB) estava ausente. Segundo Peres, a comissão não depende de votação, e sim de adesão dos vereadores. “Não há quatro assinaturas. Hoje tem duas”, afirmou.

Peres disse que o Ministério Público já conduz investigação ampla sobre as irregularidades e que a nova comissão instaurada pelo Executivo concluiu a revisão dos casos de 2024. Segundo ele, o relatório será entregue ao MP e à Câmara ainda nesta semana. O vereador defendeu o trabalho da apuração interna e afirmou confiar no processo.

O Tribunal de Contas, conforme revelou o Jornal de Indaiatuba, deu cinco dias para a Prefeitura apresentar explicações sobre as suspeitas de irregularidades no Passe Bolsa. A Câmara de Indaiatuba não instala uma CPI para investigar atos da Prefeitura há 12 anos.

VereadorManifestou-se
Eduardo Tonin (Podemos)A favor
Danilo Barnabé (Podemos)A favor
Alexandre Peres (PSB)Contra
Dr. Túlio Tomass (MDB)Contra
Luiz Alberto “Cebolinha” (MDB)Contra
Dr. Othniel Harfuch (MDB)Contra
Hélio Ribeiro (MDB)Contra
Prof. Sérgio Teixeira (MDB)Contra
Adalto Missias (PP)Contra
Clélia Santos (PP)Contra
Leandro Pinto (PDT)Contra
Wilson “Índio da Doze” (PDT)Contra

Barnabé cobra transparência e diz que há indícios suficientes

O vereador Danilo Barnabé (Podemos) insistiu na necessidade de uma CPI independente. Ele afirmou que a Prefeitura divulgou apenas os dados de 2024 e que há divergências entre empenhos e pagamentos, além de beneficiários que, segundo ele, não se enquadravam nos critérios do programa.

Barnabé disse que a Câmara tem obrigação de fiscalizar e que a população espera respostas. Para ele, a CPI é o mecanismo adequado para esclarecer todos os fatos e tirar dúvidas que, segundo afirma, persistem mesmo após a apuração interna do Executivo.


Tonin reforça pedido e diz que buscou apoio, mas encontrou resistência

O vereador Eduardo Tonin (Podemos) também defendeu a abertura da CPI e disse que existem elementos considerados por ele como graves, como diferenças significativas entre valores empenhados e pagos e casos envolvendo beneficiários de maior renda.

Tonin afirmou que leu milhares de páginas do processo administrativo e que ele e Barnabé procuraram todos os parlamentares, mas só obtiveram duas assinaturas. Ele citou denúncias anteriores feitas ao Ministério Público e disse que a Câmara não pode “fechar os olhos” diante do caso.


Dr. Othniel pede cautela e afirma que MP já investiga com mais estrutura

O vereador Dr. Othniel (MDB) defendeu uma postura mais cautelosa. Para ele, a CPI não acrescentaria poderes de investigação além dos que o Ministério Público já possui, e a cidade precisa evitar que o tema seja politizado às vésperas do ano eleitoral.

Ele afirmou que a Câmara tem acompanhado as informações solicitadas ao Executivo e que a prioridade deve ser garantir que tudo seja apurado com responsabilidade, sem transformar o assunto em disputa política.


Cebolinha diz confiar no prefeito, mas quer evitar injustiças

O vereador Cebolinha (MDB) também se posicionou sobre o tema, reconhecendo a complexidade do caso e o impacto que a denúncia teve na cidade. Ele afirmou entender os pedidos por CPI, mas disse que aguarda o relatório da comissão interna e confia no prefeito enquanto perceber que as medidas estão sendo tomadas.

Demonstrou preocupação com possíveis erros que exponham pessoas inocentes e disse que, se observar falhas na condução da apuração, fará críticas com firmeza.


CPI segue parada; relatório do Executivo deve ser entregue ao MP

Com apenas duas assinaturas, a CPI do Passe Bolsa não será instalada por enquanto. A discussão deve continuar após a entrega do relatório interno ao Ministério Público e ao Legislativo, prevista para esta semana. A sessão terminou sem consenso, mas com a sinalização de que o tema voltará ao plenário assim que novos documentos forem apresentados.

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