Vereador retira sugestão de exame toxicológico para professores
A indicação apresentada pelo vereador Luiz Alberto Pereira, conhecido como Cebolinha (MDB), que sugeria a realização de exames toxicológicos periódicos para professores e profissionais da rede municipal de ensino de Indaiatuba, foi retirada antes mesmo de chegar à sessão ordinária da Câmara Municipal desta segunda-feira (3).
O documento elaborado pelo líder do governo do prefeito Dr. Custódio (MDB) na Câmara acabou gerando forte repercussão negativa nas redes sociais, levando o parlamentar a pedir desculpas publicamente.
Indicação foi retirada antes da sessão
A proposta constava na prévia da sessão de segunda-feira (3), mas acabou sendo retirada após a repercussão. Nas redes sociais, Cebolinha publicou mensagens em que reconheceu o erro e informou que a indicação não seria levada adiante. Durante a sessão, o assunto sequer foi mencionado oficialmente.
Em nota enviada ao Jornal de Indaiatuba, o vereador afirmou que não entraria no mérito “uma vez que a mencionada indicação foi retirada até mesmo da prévia, não tendo nenhum seguimento legislativo. Oportuno esclarecer que houve um erro que assumi e pelo qual pedi desculpas.”
Proposta sugeria exames periódicos
O documento encaminhado à Câmara Municipal indicava ao prefeito que determinasse, junto à Secretaria de Educação, a realização periódica de exames toxicológicos em professores e profissionais da rede municipal. O texto justificava a medida como uma forma de “garantir a integridade da comunidade escolar” e mencionava que o uso de substâncias psicoativas “afeta a capacidade e o desempenho profissionais”.
A justificativa foi criticada nas redes sociais por servidores da Educação e moradores da cidade, que consideraram a proposta discriminatória e desnecessária.
Sem manifestação da Apeoesp
O Jornal de Indaiatuba entrou em contato com a subsede municipal da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), mas até o momento não houve manifestação pública sobre o caso.
Outros projetos semelhantes no país
Propostas para aplicar exames toxicológicos em profissionais da Educação já foram apresentadas em outras cidades do país nos últimos anos, mas raramente avançaram no Legislativo. Em 2018, um projeto semelhante em Sorocaba foi arquivado após críticas de entidades sindicais, que apontaram caráter discriminatório e ausência de embasamento técnico.
Em 2021, em São José dos Campos, uma proposta parecida chegou a tramitar na Câmara, mas também foi retirada após repercussão negativa.
foto: Câmara Municipal de Indaiatuba/arquivo
