Viracopos volta a receber voos após problemas em SP
O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, voltou a ser um dos principais pontos de apoio da aviação brasileira nesta quinta-feira (11), após a ventania histórica que atingiu a Grande São Paulo provocar o cancelamento de mais de 400 voos em Guarulhos e Congonhas entre quarta e hoje. Com pistas sobrecarregadas e companhias aéreas sem condições de manter pousos e decolagens na capital, centenas de passageiros tiveram seus voos desviados para Campinas, ampliando o movimento no terminal.
Desde quarta, as fortes rajadas — que chegaram a 98 km/h, segundo o Inmet — obrigaram empresas aéreas a alternar rotas, ajustar malhas e cancelar operações. Em meio ao cenário, Viracopos recebeu aeronaves que não conseguiram pousar na capital paulista, somando atrasos e longas aguardas para reacomodação de passageiros.
Na manhã desta quinta, enquanto Congonhas ainda lidava com os efeitos do vendaval e tentava reorganizar sua malha, Viracopos manteve operação estável e recebeu aviões de diferentes companhias. Para muitos passageiros, o aeroporto campineiro se tornou a única porta de entrada possível no estado, depois que a ventania derrubou árvores, causou apagões, fechou parques e deixou mais de 1,5 milhão de imóveis sem energia.
Em Congonhas, só nesta quinta-feira, 63 chegadas e 47 partidas foram canceladas até a metade da tarde — somando 291 cancelamentos desde ontem. Em Guarulhos, 61 chegadas e 56 partidas também não foram realizadas. Enquanto isso, filas extensas, voos remarcados várias vezes e passageiros dormindo nos terminais marcaram a rotina nos dois aeroportos paulistanos.
A instabilidade também atingiu passageiros que tinham voos destinados a São Paulo e acabaram enfrentando longas esperas em Viracopos após pousos alternados. Muitos aguardaram reacomodação para novos horários, outros receberam apenas previsão de deslocamento para os próximos dias, dada a dificuldade das empresas para reorganizar a malha aérea.
A ventania é classificada por meteorologistas como um evento inédito pela intensidade em um cenário sem chuva — algo raro na região metropolitana. Os efeitos continuam na infraestrutura urbana: semáforos desligados, trânsito acima dos 200 km de lentidão, bairros sem água e milhares de residências ainda sem energia.
Mesmo sem ter sido o epicentro do fenômeno climático, Viracopos se tornou parte fundamental da logística emergencial do transporte aéreo no estado, recebendo voos que não puderam pousar em São Paulo e ajudando a evitar ainda mais cancelamentos em meio ao caos da capital.
